EJE/TRE-AM: “aumentar a representatividade feminina é um passo importante para equiparação dos direitos”
EJE/TRE-AM: “Aumentar a representatividade feminina é um passo importante para equiparação dos direitos”
O seminário organizado pela Escola Judiciária Eleitoral (EJE) do TRE-AM aconteceu nesta sexta-feira, 31/03, no Auditório da ALE/AM, e debateu na o tema “Participação da Mulher na Política e na Sociedade”. As palestrantes convidadas foram: a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon e a desembargadora do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) e ex-presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), Socorro Guedes.
A primeira a palestrar foi a ministra Eliana Calmon que apresentou dados sobre a participação da mulher na política brasileira. Ela fez um levantamento histórico sobre a luta feminina bem como a inserção delas no parlamento brasileiro, afirmando que “ainda é muito desigual em relação ao gênero masculino”. De acordo com a ministra “a falta de empoderamento se reflete nos índices de violência contra a mulher” e que “aumentar a representatividade feminina é um passo importante para equiparação dos direitos”.
“Após um longo período de opressão e discriminação, a passagem do século XIX para o XX ficou marcada pelo recrudescimento do movimento feminista, o qual ganharia voz e representatividade política mais tarde em todo o mundo na luta pelos direitos das mulheres, dentre eles o direito ao voto”, disse Eliana Calmon.
Ainda segundo a ministra, “a luta por oportunidades iguais na política deve começar dentro dos partidos e que a “cultura patriarcal ainda é um obstáculo” que impede a participação da mulher na política e também em outros setores da sociedade”.
Dada a palavra a desembargadora Socorro Guedes, a mesma ressaltou que a luta feminina pela cidadania não foi fácil, arrastando-se por anos. “Prova disso está no fato de que a participação do voto feminino é um fenômeno também recente para a história do Brasil. Embora a proclamação da República tenha ocorrido em 1889, foi apenas em 1932 que as mulheres brasileiras puderam votar efetivamente”, ressaltou a desembargadora.
E disse mais: “esta restrição ao voto e à participação feminina no Brasil foram consequência do predomínio de uma organização social patriarcal, na qual a figura feminina estava em segundo plano. Mesmo com alguns avanços, ainda no início da segunda metade do século XX, as mulheres sofriam as consequências do preconceito e do status de inferioridade”.