Biometria nas aldeias indígenas: o grande desafio
Vale do Javari foi palco da ultima missão do TRE-AM para a conclusão da revisão biométrica

Dia 10.03 foi encerrada a revisão biométrica no Amazonas, que proporcionará, já nesse ano de 2020, aos eleitores do Estado, eleições municipais totalmente baseadas na revisão biométrica.
Para conseguir chegar a esse resultado, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas passou por grandes desafios. Dentre estes, alcançar as comunidades distantes, em especial as indígenas, foi a fase mais difícil do Recadastramento.
O último grande desafio foi alcançar as diversas comunidades da Terra Indígena do Vale do Javari, que passaram pelo processo de recadastramento biométrico no período de 25 de fevereiro a 06 de março.
A Terra Indígena do Vale do Javari faz parte do município de Atalaia do Norte, localizado no extremo oeste do Estado do Amazonas, próximo à fronteira com o Peru. A distância da sede para as aldeias Remansinho, Paraíso, Vida Nova, São Sebastião, Lobo e São Luiz, além de dois pelotões de fronteira (Palmeira do Javari e Estirão do Equador), faz com que o desafio logístico seja maior até que o de coletar os dados biométricos dos eleitores daquelas comunidades.
A ação teve apoio operacional da Força Aérea Brasileira, sem o qual não seria possível a realização deste trabalho. O apoio foi prestado por cinco militares do Sétimo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (7º/8º GAV), Esquadrão Harpia. O transporte da equipe do TRE-AM foi feito a bordo da aeronave H-60 L Black Hawk, utilizada normalmente em missões de resgate em difícil acesso. Segundo o Tenente Bruno, a participação dos militares na missão junto ao TRE-AM é de grande importância para assegurar os direitos de voto dos cidadãos brasileiros. “Para nós da FAB é extremamente gratificante saber que estamos ajudando na garantia de uns dos direitos constitucionais dos brasileiros, que é o voto. Mais ainda em saber que conseguimos ajudar em uma das missões primordiais da Força Aérea Brasileira que é a integração do território nacional”.
As equipes foram acolhidas nos Pelotões de fronteira Palmeira do Javari e Estirão do Equador, onde prestaram atendimento à população indígena e ficaram hospedadas ao longo dos dias da missão.
O cacique da aldeia São Luiz, Mauro Canamari, revelou sua satisfação em receber a equipe do TRE-AM e da FAB para a realização do recadastramento da biometria em sua comunidade. “Eu gostei da ação porque é muito importante para a nossa aldeia, para o nosso povo Canamari, porque antes a gente votava na cidade e era perigoso por conta das doenças, e agora podemos votar aqui na nossa aldeia. O trabalho do TRE é muito importante”, destacou o cacique.
Em meio a ação, os olhares curiosos chamam atenção dos que estão ali para levar o direito de voto. Entre os curiosos e aqueles que almejavam o poder de escolher quem os representa, estava a adolescente de 16 anos, Maiza Silva, que pôde fazer o seu cadastro e obter o seu título de eleitor. “Pela primeira vez tirei o meu título de eleitor e estou muito feliz porque agora posso escolher o meu representante. Acreditei que não viriam até a nossa comunidade, mas graças ao TRE-AM foi possível”.
“O trabalho foi a contento e não seria possível senão tivesse recebido o apoio da FAB com a utilização de seu equipamento e tampouco sem o apoio do Exército Brasileiro que nos acolheu durante dias nos seus dois pelotões de fronteiras”, Concluiu Renato Crespo, responsável pela missão.

